hoje é um dia verdadeiramente triste!
comecei com a triste noticia de que talvez fosse o meu querido Smith que estivesse na beira da estrada, inerte...
por vezes o smith ía à rua, tanto que nos esgotava a miar insistentemente que eu acabava por ceder e deixá-lo ir, ele era castrado mas o chamamento da natureza era mais forte... adorava ir cheirar as ervas dos jardins dos vizinhos... adora pegar-se com os gatos e gatas da vizinha... enfim, era um gato e gostava de coisas de gato...
ontem cheguei a casa cheia de sacos das compras e escapuliram-se todos, a Ni, a Canita e o Smith, para as escadas do prédio. Chamei por eles, mas só as meninas é que obedeceram e voltaram, ele era macho, era mais rebelde...
então ficou pelas escadas... de certo que um vizinho chegou e ele, descarado como sempre, não receou e saiu pela porta, aberta apenas uns segundos fundamentais para aquela fuga para a natureza! para a aventura!
quando me fui deitar, chamei por ele, na esperança que me respondesse a miar, de lá de baixo, como o fizera tantas vezes e como quem diz "estou aqui, vem abrir a porta que isto já deu o que tinha a dar..."
mas ontem não respondeu, e eu pensei, bem, hoje deve estar entretido e fica a noite fora!
de manhã, quando o P. sai, costuma ter que voltar a tras para abrir a porta ao senhor gato, esgotado das aventuras nocturnas, que após um snack de ração ía logo para o quarto, dormir e lavar-se... e pedir mimos que ele tinha estado na "selva"...
pois, hoje não aconteceu! e eu levantei-me a pensar - tenho que chamar o Smith e ele que não pense que fica fora durante o dia! é muito perigoso! (ingenua...)
mas afinal, não foi preciso chamar, quando cheguei perto do corpinho daquele gato na beira da estrada percebi que apenas me iludi pensando que era um gato preto, não, era o fofinho e querido Smith, o gato que me dava turras, que pedia ao P. para ir para o colo dele quando este estava sentado no seu banco junto à lareira, e tantas outras carcateristicas que nunca esqueceremos!
Smith, terás para sempre um lugar em nosso coração! Descansas agora junto a três pinheiros, no Pinhal de Leiria, onde te levámos várias vezes e adoravas todos os cheiros, todas as sensações, daquele apelo da natureza que acabou por te levar...